terça-feira, 24 de novembro de 2009

ATO MÉDICO: UMA PROPOSTA MERCANTILISTA, CORPORATIVISTA E EGOISTA

Há tempos que um grupo de médicos com ajuda de um senador vem lutando para aprovar um projeto de lei que regulamenta o Ato Médico. Este projeto é um projeto corporativista e mercantilista, que visa aumentar o campo de emprego para os médicos nos grandes centros urbanos, não melhorando em nada a saúde da população. Com isto os médicos querem que toda atividade da área da saúde seja prerrogativa dos médicos. Com isso os nutricionistas, fisioterapeuta, e profissional de Educação Física como eu, não poderá desenvolver atividades voltadas para a saúde.
Segue abaixo uma matéria retirada do site da Educação Física.

Médicos e outras categorias da área da saúde vêm travando uma queda-de-braço desde o último dia 21 de outubro, quando a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei conhecido por "ato médico" e que agora tramita no Senado. Pelo projeto, apenas médicos estão autorizados a diagnosticar doenças e prescrever tratamentos. As outras 13 categorias da área da saúde, não.Fisioterapeutas, biomédicos, enfermeiros e psicólogos, entre outros, afirmam que perderão sua autonomia de atuação caso o projeto seja aprovado e sancionado pelo presidente Lula.A versão é rebatida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). O órgão alega que a lei preencherá uma lacuna ao regulamentar o exercício da medicina, definindo os atos privativos dos médicos e resguardando as competências específicas das 13 profissões.No entanto, para Gil Almeida, presidente do Conselho de Fisioterapia do Estado de São Paulo e integrante do movimento "Ato Médico Não", esse "resguardo" é vago e vai gerar discussão na Justiça.Ele afirma que a lei proposta engessará o desenvolvimento das profissões e poderá dificultar o acesso à saúde caso seja instituída uma triagem médica.Pesquisadores da área da saúde pública entendem que é legítimo o projeto definir as competências exclusivas dos médicos, mas veem corporativismo. "Para os idosos, os doentes crônicos, é impossível a gente pensar em cuidado integral sem a colaboração de uma equipe multidisciplinar", diz Lígia Bahia, professora de saúde pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro.Na avaliação de Luís Eugênio Fernandes de Souza, professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, as disputas são legítimas, mas o que está em jogo é uma reserva de mercado. Ele diz que não é interesse da sociedade nem viável economicamente a definição estrita de atribuições para cada profissão."Temos uma série de programas de saúde pública, como o da hanseníase, para os quais existem protocolos bem definidos em que outros profissionais da saúde podem fazer, inclusive, a prescrição de medicamentos. Se o projeto proíbe isso, vai criar um obstáculo. E os pacientes de cidades que não têm médico? Deixarão de ser atendidos?", questiona.Souza lembra que há uma má distribuição de médicos no país. "No interior da Bahia, tem prefeitura que precisa de médico, oferece salário de R$ 17 mil e não encontra profissional."Na opinião do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Erickson Gavazza Marques, a prioridade deve ser sempre o atendimento à pessoa. "Nosso objetivo não é ser guardião de profissão nenhuma. Se o médico não é capaz de prestar determinado serviço, não há razão para que outros profissionais não possam prestar a assistência desde que isso esteja bem regulamentado."

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

OBESIDADE: UMA EPIDEMIA QUE CRECE NO MUNDO TODO

A Revista veja do dia 11 de novembro de 2009, publicou uma reportagem com o título: A VIDA MUITO ACIMA DA MÉDIA retratando os preconceitos e sofrimentos que passam uma pessoa obesa. Na verdade são muitos, presenciei alguns tipos de preconceito contra os obesos dentro do ônibus. As pessoas falarem: “tomara que essa gorda não sente do meu lado, porque eu não vou poder nem me mexer”. Outras como piadas e apelidos de mau gosto. Na Escócia um casal obeso perdeu a guarda dos sete filhos. Por estarem todos acima do peso.
Os males causados pela obesidade são inúmeros, vão desde desconforto a males psíquicos. Causar câncer, diabetes, problemas coronarianos, pulmonares, depressão, estresse e outros.
A obesidade atinge de forma praticamente uniforme todos os países da região com índices médios de 18% em todas as faixas etárias e em ambos os sexos. Uma pesquisa do Ministério da Saúde divulgou em outubro deste ano, que os Brasileiros estão mais obesos.
O método para tratamento é variado, mas o mais adequado e eficaz é incluir uma combinação de dieta, Exercícios Físicos, orientados por profissionais capacitados e uma mudança de comportamento.
É importante lembrar que nossas crianças estão cada vez mais gordas, temos que evitar a obesidade na infância, uma criança obesa tem grande chance de se tornar um adulto obeso, se não criar um estilo de vida ativo e uma alimentação equilibrada. É necessário que as mães sejam informadas sobre os males da obesidade e os fatores de risco para doenças degenerativas. Conheço pessoas que tem filhos obesos que dizem que isto aconteceu simplesmente por falta de informação, por ter uma cultura que gordura é saúde. Mas a obesidade mata mais que a fome. Por isso é necessário que isto seja trabalhado com as famílias e na escola, desde o primeiro ano. Devemos também criar um estilo de vida ativo, pois o mundo moderno está cada vez mais sedentário devido os avanços tecnológicos e as facilidades de acesso a estes.
As maiorias das pessoas culpam o excesso de calorias dos alimentos, pela causa da obesidade, mais isto não é verdade. Engordamos por não gastar as calorias consumidas. Apenas deixando de comer, não lhe trará resultados significativos, e pode causar prejuízos ao organismo humano. Não conheço ninguém que seja magro e saudável apenas por ter feito restrição de alimentos. Ou alguém que emagreceu e ficou magro apenas com regime e ou com remédios.
Todos podem ser magros, precisam apenas encontrar a maneira certa para conseguir isto. Precisamos conhecer o nosso corpo, ter uma intimidade maior para saber como ele funciona e em que velocidade ele funciona. É assim que se inicia um programa de Exercício Físico para Emagrecimento. Não adianta pegar pesado na malhação, temos que respeitar os limites do corpo. A Fisiologia do Exercício e uma disciplina que explica tudo isto. Quem quer emagrecer precisa procurar ajuda de um Profissional de Educação Física, que tenha conhecimento sobre esta área, e que seja habilitado, Registrado no CREF.

Francisco Castro Nunes
Profissional de Educação Física

Especialista em Exercício Físico na Promoção da Saúde e Qualidade de Vida

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Prof. Jorge Steinhilber em Entrevista ao jornal do professor

Com 16 anos de experiência como professor de educação física em escolas públicas e privadas, o presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Jorge Steinhilber, anuncia que 2009 é o Ano da Educação Física Escolar. Em entrevista ao Jornal do Professor, ele falou sobre a campanha Educação Física Escolar "Plantando cultura, cidadania e saúde". O ex-atleta, que jogou vôlei, basquete, tênis e, ainda, fez remo, aponta para o enfraquecimento da disciplina nas escolas. Aos 63 anos de idade, mestre em educação física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele ressalta a importância da disciplina como fator essencial de uma educação para uma vida saudável.
Jornal do Professor - Por que 2009 foi escolhido como o Ano da Educação Física Escolar?
JORGE STEINHILBER - A campanha que decidimos deflagrar é para chamar atenção mesmo. Há algum tempo nós temos percebido que a educação física escolar, tanto no Brasil quanto nos demais países, vem sofrendo uma depreciação por parte das políticas públicas. De modo geral, não estão dando a devida importância ao ensino da educação física escolar. Algumas secretarias vêm diminuindo sistematicamente a carga horária da disciplina, reduzindo-a a apenas uma hora por semana. Para se ter uma idéia do quanto isso representa, houve uma época em que eram obrigatórias três aulas por semana. Com aulas apenas uma vez por semana, os alunos não conseguem desenvolver um condicionamento físico adequado e muito menos aprender um esporte. Então, precisamos efetivamente fazer uma reflexão, um trabalho, no sentido de poder identificar a razão de ser dessa educação física escolar.
JP - Qual a importância da Educação Física Escolar?
JS - A principal função da escola é a formação da criança para ser um futuro adulto. No entanto, na escola, cada área tem uma especificidade: matemática trabalha com números, o português com letras e assim por diante. Já a educação física é a única disciplina que trabalha com o corpo, com movimento. Temos que formara criança para ser um futuro cidadão, compreendendo seu corpo, entendendo suas necessidades e o porquê de se movimentar. Por isso, a disciplina de Educação Física não pode ser somente uma atividade prática. Tivemos um período, 1960, em que a Educação Física era obrigatória três vezes por semana. Por que não foi legitimada? Porque não atendeu aos interesses das crianças. Na verdade, a educação física escolar não cumpriu o papel que deveria que é ode mostrar para a criança a compreensão da necessidade desse movimento.
JP - Há várias metodologias para ensinar Educação Física. Como tratar esta disciplina de forma transversal?
JS - Se a escola não tiver um conselho de classe integrado, nada acontece. É preciso que o professor esteja engajado no projeto político pedagógico da escola. É importante que cada professor saiba o que os demais estão fazendo. Não é difícil elaborar atividades que contemplem outras disciplinas. Mas é importante frisar que uma atividade não substitui a outra. Nenhuma outra disciplina consegue substituir a Educação Física, por causa do movimento. Se você deixar de ter a Educação Física, você causa um prejuízo sério para a criança porque ela deixa de vivenciar as circunstâncias necessárias. Precisamos conscientizar as pessoas para isso.
JP - De que maneira a educação física escolar pode contribuir para diminuir os índices de doenças cardiovasculares?
JS - Hoje as epidemias estão postas: obesidade, estresse, sedentarismo. A maioria delas é decorrente da falta de exercício físico. É aquela velha história, se você deixar a máquina parada, ela enferruja. O mesmo acontece com o nosso corpo: se você não irriga seu organismo, não tem compreensão disso, você automaticamente vai criar danos ao seu próprio organismo. A função da educação física escola é dar às crianças a oportunidade de vivenciar e identificar as atividades de que gosta. Se os estudantes tiverem a compreensão disso, eles vão buscar alternativas para suprir e, futuramente, praticar outras atividades.
JP - Em escolas onde não há infraestrutura de esporte, quais as atividades que podem ser praticadas?
JS - Respondo citando um caso bem extremo porque, de forma geral, a gente sempre pode procurar alternativa: uma praça na frente da escola, um clube desativado próximo à escola, entre outras tantas parcerias. Agora, partindo do pressuposto de que não há nada próximo: nem rua, nem praça, nada. A aula pode ser feita dentro da sala, basta puxar as cadeiras para o lado. Não é o ideal, muito menos o mais apropriado, mas não é inadequado. Desta forma, é possível que você trabalhe em sala de aula algumas vivências com as crianças, como jogos de salão, ginástica de solo e dança, além de passar filmes e fazer discussões. Tem uma infinidade de atividades que podem ser feitas sem ginásios e campos de futebol. O que proponho é levar o aluno a entender o que ele é e o que representa o movimento na vida dele. O principal é trabalhar com as crianças a importância das atividades.
Fonte: Instituto Alpargatas